Oh
Egípcios,
Tereis
de repetir todos os anos
Eternamente
A
agrimensura dos vossos campos
Enquanto
eu transbordar com as chuvas
E
não me sustendo no meu leito
Invadir
embriagado as vossas culturas.
A
vossa parca aritmética
Apesar
de sábia
Não
contempla
Os meus
orgasmos de Inverno.
Chegam a parecer ameaça as palavras deste rio, imagem perfeita do fluir do tempo, cíclico, em estações onde se repetem e se reencontram destinos, emaranhados nas voltas que o mundo dá.
ResponderEliminarRetorna sempre a ejaculação fertilizante deste rio que não se contém no leito.
Está bem visto. Um rio fértil como este só poderia cumprir a sua missão através do orgasmo, poderoso mas raro, só no Inverno. À escala humana pode parecer pouco. Mas para quem vive a eternidade até nem é mau.
Belíssimo poema, Zé Carlos.
Parabéns e boas férias.
Abraço
CQ