Porque as palavras
além de parvas
também são larvas
e voam como as cerejas
deviam chamar-se palarvas
donde sairão as varejas
que irão no ar a zombar
e outras vezes a zumbir
umas vezes a chorar
e outras a sorrir
à volta do meu pescoço.
Ah, as palavras
são como as cerejas
com pele, carne e caroço
mais a sua forma
bem apalavrada
de adoçar também o meu almoço.
São de facto como as cerejas. Está provado. Basta prová-las. Mas no Verão parecem-se mais com as cervejas. Algures numa esplanada da Foz, com o mar a perder de vista.
ResponderEliminarBelíssimo poema.
CQ